Logo Giras de Umbanda

Ojá e Filá

Por: Pai Alexandre Falasco

Ojá e Filá

Símbolos de Identidade e Proteção na Umbanda

Na cultura umbandista, os símbolos e objetos rituais carregam significados profundos e são parte integrante da identidade dos filhos de santo. Dois desses elementos são o Ojá e o Filá, que, embora simples em sua forma, possuem funções marcantes dentro do contexto dos rituais e da tradição.

O Ojá é o turbante que as mulheres umbandistas adornam a cabeça, enquanto o Filá é o gorro tradicional usado pelos homens. Ambos têm raízes profundas na ancestralidade e na herança cultural dos povos de origem africana, que trouxeram consigo símbolos de proteção e identidade espiritual. Materialmente, são confeccionados com tecidos brancos e podem ou não ter enfeites coloridos, representando uma Gira ou Orixá.

Além de sua aparência, todas as explicações sobre o papel protetor, se aplicam igualmente ao Ojá e ao Filá. Esses objetos reforçam a ligação com os Orixás, protegendo o médium contra influências negativas e dificultando a aproximação de espíritos mal-intencionados, tanto no ambiente ritual quanto fora dele.

É importante destacar que, no terreiro Barracão de Pai José, o uso desses objetos não é obrigatório durante a gira. Isso ocorre porque o ambiente interno já conta com uma série de rituais de proteção - como o padê, e as defumações por exemplo - que já criam uma barreira energética que impede o acesso de espíritos negativos. No entanto, fora do terreiro, como em velórios e enterros, o Ojá e o Filá assumem uma importância maior, atuando como salvaguarda extra e sinalizando, de forma clara, que aquele indivíduo é um médium protegido e comprometido com a prática espiritual. Essa sinalização é feita sobretudo para os espíritos "perdidos" que ao verem tal símbolo saberão que ali encontrarão barreiras para suas intenções, facilitando assim o trabalho dos nossos Guias de Luz.

É como um aviso aos espíritos que buscam sugar as energias dos encarnados, dizendo: Aqui você vai ter problemas para conseguir o que quer. Concordemos que isso facilitaria, como eu já disse, o trabalho dos nossos Guias pois evitaria a investida maléfica e tudo o que precisa ser feito por Eles para expurga-las depois.

Fato é que, não usamos o Filá e o Ojá onde realmente deveríamos, e com ou sem eles, teremos a proteção dos Guias, seu uso fora do terreiro só economizaria trabalho dos nossos benfeitores.

O Ojá e o Filá transcendem seu aspecto material: são instrumentos que, ao mesmo tempo em que reforçam a identidade umbandista, elevam a proteção do médium, especialmente em ambientes onde os rituais de segurança não estão tão presentes.

Em resumo, seria mais importante usar fora do que dentro do terreiro, por isso não é obrigatório no Barracão o uso interno, mas muito recomendado por tudo que estes itens representam para nossa identidade e tradição.

Livro Exu e Pombagira Livro Exu e Pombagira