Quando se celebra Iemanjá?
Por: Pai Alexandre Falasco

Tradições, Sincretismo e Devoção no Brasil e no Barracão de Pai José.
Iemanjá, a Rainha do Mar, é uma das divindades mais reverenciadas nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Sua celebração ocorre em diferentes datas no Brasil, refletindo a diversidade e o sincretismo religioso que marca nossa cultura.
2 de Fevereiro: A Celebração Baiana e o Sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes
Em Salvador, Bahia, o dia 2 de fevereiro é dedicado à Rainha do Mar, em uma das maiores festas do Candomblé. Nesse contexto, Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos pescadores. Devotos e turistas se unem em procissões marítimas, levando oferendas de flores, perfumes e outros presentes ao mar, em busca de bênçãos e proteção. É uma celebração marcada pela música, dança e rituais, que conectam os participantes às águas e à energia maternal de Iemanjá.
8 de Dezembro: Sincretismo com Nossa Senhora da Conceição
Em outras regiões, como São Paulo, as homenagens a Iemanjá acontecem em 8 de dezembro, coincidindo com o dia de Nossa Senhora da Conceição. Esse sincretismo, comum nas religiões afro-brasileiras, reflete a fusão de elementos africanos e europeus, dando à Rainha do Mar uma conexão simbólica com figuras marianas. Nessas celebrações, rituais como procissões e oferendas são adaptados às particularidades locais. Uma das mais conhecidas é a da Praia Grande, o Barracão participou de algumas nos seus primeiros anos.
As Celebrações no Barracão de Pai José
No Barracão de Pai José, as homenagens a Iemanjá sempre fizeram parte da tradição. Por muito tempo, a celebração acontecia predominantemente em dezembro, em alinhamento com o sincretismo paulista de Nossa Senhora da Conceição. No entanto, dezembro é um mês mais curto para as atividades religiosas devido ao recesso de Natal, e não era todo ano que conseguíamos realizar a festa de Iemanjá como Ela merece.
Com o passar dos anos, a popularização da celebração de 2 de fevereiro no sudeste, inspirada na tradicional festa baiana, começou a transformar naturalmente as práticas no terreiro. Essa data, que carrega o forte simbolismo da devoção a Iemanjá e suas águas, passou a ser adotada pelo Barracão. Hoje, é raro um fevereiro sem a presença da marujada no terreiro, saudando a Rainha do Mar em um lindo trabalho espiritual que reúne fé, alegria e tradição. Essa não foi uma adaptação planejada, mas um movimento orgânico que ampliou as homenagens, permitindo ao Barracão celebrar Iemanjá em ambas as épocas, enriquecendo ainda mais a devoção à nossa mãe das águas.
Convidamos todos a participarem dessas celebrações, que são momentos de fortalecimento do axé e uma grande limpeza espiritual. Seja em dezembro ou em fevereiro, que a força de Iemanjá continue abençoando seus filhos. Odoyá!
Por Pai Alexandre Falasco