Festa para os Pretos e Pretas Velhas no Barracão
Por: Pai Alexandre Falasco
A humildade dos Vovôs e Vovós prevalece.
É véspera do dia de Preto (a) Velho (a) e a casa do Pai José de Aruanda estará em festa. Uma festa modesta, feita na quinta-feira como qualquer trabalho do seu Barracão porque o Pai José, A Vó Maria Conga e todos os Pretos e Pretas Velhas dispensam PARA ELES maiores honrarias, festejos e comemorações que varam o fim de semana.
Sem desmerecer tais festividades (muito ao contrário, lá se faz muito isso e elas foram solicitadas por Ele próprio para os nossos Orixás e mensageiros) o fato é que o Pai José, que trabalha sentado em seu toco de árvore, não faz mais do que cumprir sua missão de pregar a humildade e o desapego, Ele festeja o fato de estarmos juntos e só.
Os Pretos Velhos e Pretas Velhas, que foram escravizados, desonrados, vítimas de preconceito, poderiam agora voltar como reis nos barracões de Umbanda, mas, se escolheram voltar nesta "roupagem" é porque querem ensinar algo para todos nós. Foi para isso que vieram assim, para mostrar exatamente essa situação que viveram nessas suas encarnações, não cabe o contrário.
Muitos perguntam porque a casa de Pai José, uma casa de Preto Velho, que leva o seu nome, não faz uma festa a altura dessa condição. (lembrando que o nome da casa foi exigência do Sr Sete Estradas e não do próprio Pai José).
A resposta eu tentei dar aqui nesse texto, na verdade porque eu sempre fiz a mesma pergunta, mas só cumpro o que Ele manda e tento aprender com tudo isso. Hoje acho que entendo um pouco melhor essas missões sagradas e diretamente ligadas ao compromisso que estes encantados, iluminados GUIAS de nossas vidas, possuem e tentam nos passar.
Obrigado Pai José de Aruanda, Vovó Maria Conga e todos os Vovôs e Vovós. Estaremos lá para ouvir suas palavras e vivenciar vossos exemplos, tentando ao máximo levar um pouco dele para nossas vidas ainda longe de praticar essa compreensão.