A gira de Ogum
Os senhores da abertura de caminhos.
A Umbanda, com suas entidades humildes e prestativas, é conhecida pelo conforto e pelo carinho; é aquele cantinho dos avós Pretos Velhos, praticamente nos mimando com seu amor mesclado de sábios ensinamentos escondidos nas entrelinhas.
No entanto, muitas vezes em nossas vidas, o que precisamos é de um pulso forte, um chacoalhão bem dado. Um Pai que vê além de onde enxergamos, que não tenha "papas na língua" e nos mostre a verdade sobre nós mesmos.
Se vamos gostar ou não daquilo que ele falar, o importante é que vamos ouvir, pois estas palavras virão misturadas a verdades que até então eram só nossas, ou achávamos que eram. Este Pai enérgico e indispensável é Ogum.
Os Caboclos de Ogum, ou como queiram chamar este espírito supremo em postura, que outrora foi um guerreiro, um soldado antigo ou um general, e hoje é uma fortaleza a nos guiar pelo melhor caminho, caminho este por ele mesmo aberto. A gira de Ogum abre os caminhos para a prosperidade, o trabalho, o bom relacionamento familiar e amoroso.
A gira de Ogum é para pedir que se faça acontecer as mudanças necessárias em sua vida, aquelas mudanças que muitas vezes nem nós mesmos estamos prontos para que aconteçam.
E o melhor é que eles premeditam, basta saber ouvir. As entidades mensageiras do Orixá do ferro são apreciadoras da cerveja e da carne, não gostam de cachaça ou outra bebida de teor alcóolico elevado. Também se utilizam do charuto para as suas mirongas e defumações. Como diz um de seus pontos cantados: "Ogum não devia beber, Ogum não devia fumar, mas a fumaça é a nuvem que passa e a cerveja é a espuma do mar..."