Religiões unidas pela água.
Umbandistas participam de evento no Rio
50 jovens de 17 países da América Latina, junto com lideranças religiosas de diferentes tradições, realizarão um ato público pela Baía de Guanabara na quarta-feira, dia 3 de maio. O evento, aberto ao público, terá início às 14h00 com uma palestra gratuita sobre a Baía no Museu Histórico Nacional, de onde sairá a caminhada a partir das 17h00. O ato se encerrará com uma cerimônia na qual cada religião fará uso simbólico de águas, de acordo com sua cultura ou tradição, para pedir por mais cuidado com o ambiente e maior empenho no combate ao aquecimento global.
A Caminhada pela Guanabara integra a programação da Convergência Fé no Clima, organizada pelo o ISER, o GIP e o GreenFaith, junto com uma rede de instituições da América Latina. A Convergência toda vai de 1 a 4 de maio e visa formar lideranças religiosas latinoamericanas que já atuam como mobilizadores e protagonizam iniciativas em suas comunidades, dentro do complexo tema das mudanças climáticas.
A troca de saberes entre diferentes religiões sobre como cada uma aborda este assunto tem também o objetivo de consolidar uma cultura de paz, respeito e tolerância. Esse será um dos destaques da palestra dos especialistas Emanuel Alencar e Breno Herrera: ela contará também com a participação de diversos líderes expondo o tema da água e das mudanças climáticas a partir da ótica de sua religião. Será possível então possível ver, na prática, imãs muçulmanos, freis católicos, mães de santo e pastores evangélicos em um mesmo ambiente, se respeitando e trocando experiências.
“As mudanças climáticas são o maior desafio que a humanidade enfrenta atualmente e as religiões estão atentas ao tema. Da encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, à Declaração Islâmica sobre Mudanças do Clima, diferentes grupos religiosos vêm se engajando com o tema, por haver uma forte convergência entre os princípios e valores promovidos pelas religiões, com as necessidades éticas e de comportamento que os desafios das mudanças climáticas nos impõem”, explica Clemir Fernandes, Coordenador Institucional do ISER. “Grandes avanços já foram feitos, como a adesão de várias instituições religiosas ao movimento de desinvestimento em combustíveis fósseis, a solarização de templos. Mas estes exemplos precisam se espalhar e outras ações precisam ser adotadas. Temos até 2050 para zerar as emissões se quisermos um futuro razoavelmente seguro”, alerta.
Antes do evento aberto ao público, os participantes visitarão projetos comunitários de adaptação às mudanças climáticas no Rio de Janeiro, como o Grupo Eco, no Morro Santa Marta, o Projeto Gênesis, em São Gonçalo, e o Reciclação, que promove conscientização e práticas de gestão sustentável de resíduos no Morro dos Prazeres.
As lideranças religiosas confirmadas que participarão da mesa internacional são:
- Babalorixá yorubano Kola Abimbola, da Nigéria, professor da Howard University; Pastora Presbiteriana Neddy Astudillo, dos Estados Unidos;
- Reverendo Fletcher Harper, Pastor Episcopal dos Estados Unidos, diretor executivo da ONG GreenFaith;
- Mãe Beata de Yemonjá – Iyalorixá do Ilê Omi Ojuarô;
- Pastor Evangélico Ariovaldo Ramos;
- Mãe Flávia Pinto Sacerdotisa de Umbanda Sacerdotisa e fundadora do Terreiro de Umbanda Casa do Perdão;
- Monge Budista Lama Padma Santa – Fundador do Instituto Caminho do Meio - (CEBB) - A confirmar
Além dessas lideranças, estarão presentes também a teóloga metodista Nancy Cardoso Pereira; o Frei Franciscano Alamiro Andrade; o representante da comunidade islâmica Samir Ahmed Isbelle; a líder Hare Krishna Raga Bhumi; Og Sperle da União Wicca do Brasil; Maria das Graças Nascimento, do Movimento Inter Religioso; e Wanda Linhares, da Grande Fraternidade Branca.
Serviço: Marcha pela Baía de Guanabara
Data: 3 de maio de 2017
Horário: a partir de 14h00
Local: saída do Museu Histórico Nacional - Praça Mal. Âncora, s/n – Centro