30 de Setembro, dia de Xangô.
Conheça mais sobre o Orixá e o santo São Jerônimo.
Na Bahia, forte reduto da prática do Candomblé, os terreiros mais importantes e antigos têm Xangô como Orixá principal de suas casas, a Casa Branca do Engenho Velho, a primeira casa de Candomblé da Bahia provavelmente teria sido fundada pela Ia Nassô trazida de Oyó como escrava logo após seu reino ser dizimado pelos árabes.
Da Casa Branca surgiram os terreiros Ilé Yaomi Axé Yamassê (chamado também de Terreiro do Cantuá ou Gantois, bastante conhecido através de Mãe Menininha) e também o Ilê Axé Opô Afonjá de Mãe Aninha e Mãe Senhora, hoje dirigido por Mãe Stella de Oxóssi, Todos colocando o Orixá sincretizado com São Jerônimo em grande destaque dentro de sua liturgia. |
Na Umbanda Xangô é São Jerônimo.
Entenda o fenômeno do sincretismo que liga o Orixá ao Santo.
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O Santo São Jerônimo
Conheça a história do Santo católico, doutor máximo das escruturas.
30 de setembro é a data de seu falecimento no ano de 420. Mesmo entre os adeptos da própria igreja cristã, poucos conhecem São Jerônimo, que nasceu na cidade de Estrido, Dalmácia, (atualmente faz fronteira com a Iugoslávia) e estudou em Roma, gramática, filosofia, retórica, e demais ciências direcionadas a melhor conhecer o homem, a humanidade.
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Dados do culto ao Orixá
"XANGÔ, o grande rei, Orixá da justiça, aquele que resolve impasses e lidera seu povo como ninguém, vaidoso, rico e elegante, absoluto nas montanhas e pedreiras, seus domínios naturais".
Dia da semana: Quarta-feira
Saudação: Caô Cabiecilê!
Sincretismo: São Jerônimo - comemorado no dia 30 de setembro e também São João Batista (24.6) e São Pedro (29.6).
Cores: Na Umbanda, marrom, no Candomblé, vermelho e branco.
Símbolos: O oxé, machado de lâmina dupla feita em pedra e a pedra de raio.
Onde recebe oferendas: Nas montanhas e pedreiras.
Principais oferendas: Velas, charutos, cravos brancos e vermelhos, suas comidas e bebidas.
Bebida: Cerveja preta.
Elemento: Fogo.
Algumas ervas: Folha de fumo, taboa, jatobá.
Animais: Tartaruga
Comida: Amalá, caruru (quiabo), bacalhau com quiabo, fruta do conde.
Domínio: A montanha, raio, trovão e pedreiras.
Particularidade: Trabalha principalmente com a justiça.
Características: Justiceiro, líder, calmo, egocêntrico, vaidoso, mandão.
Quizila: Morte e mortos (eguns).
ALGUNS ITÃS
Oxum colocou uma condição para aceitar se casar com Xangô, disse que só seria sua esposa se Xangô carregasse seu Pai, Oxalá, que estava bem velho, pelo resto de sua vida e Xangô, apaixonado que estava pela doce Oxum, aceitou o trato.
Passado o casamento e as núpcias, Xangô teria que saldar sua dívida com Oxum, então Xangô desfez seu colar de contas vermelhas, que é sua cor, e refez o colar incluindo contas brancas, se dirigiu a Oxum e disse:
- Minha promessa está cumprida, veja, as contas vermelhas são minhas, as brancas são de Oxalá, portanto, de agora em diante eu sempre vou estar carregando seu pai no meu pescoço.
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Xangô a muito estava viajando com seu amigo Oxalufã. Como Oxalufã é muito velho, Xangô estava carregando o Orixá, ao passar pelas redondezas de Oyó resolveu subir em uma pedreira para mostrar ao velho amigo seu reino, e lá foi Xangô, até o topo da montanha com Oxalufã nas costas. Ao chegar no topo, enquanto apreciava seu reino, avistou sua esposa Oiá, fazendo seu amalá. Estão aí duas coisas que Xangô não resiste, a mulher e o amalá, e se pôs a correr montanha abaixo esquecendo completamente que carregava Oxalufã. Este por sua vez caiu, se esborrachando na pedreira e Xangô nem percebeu, só foi se dar conta do erro que cometera depois de saciada suas necessidades.
Textos extraídos do livro:
"CARMA - AQUILO QUE DEIXAMOS DE FAZER"
Autor: Pai Alexandre Falasco
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