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Trabalho de Mata do Barracão 2012

Trabalho de Mata do Barracão 2012

O Barracão realiza mais uma “festa espiritual” na mata.

Por Pai Alexandre Falasco
 
Apesar de procurar alertar meus filhos-de-santo quanto a responsabilidade deste evento dizendo que não se trata de uma festa e sim de um trabalho árduo, uma missão, uma obrigação, fica difícil reafirmar agora que não se trata de uma verdadeira festa, tamanha a sensação gratificante de dever cumprido, tão maravilhoso que é passar por essa “aventura” de receber com os pés literalmente na terra, os mensageiros dos Orixás em seu ponto de força natural.
 
É unânime entre médiuns umbandistas que a vibração, a energia, o axé, é multiplicado em muito quando incorporamos os caboclos nessas condições, um trabalho de renovação de energias para voltarmos com força máxima para dentro de nosso terreiro e assim continuar a cumprir nossos deveres e atendimentos semanais.
 
Fiquei impressionado com muitas coisas, uma delas me orgulha muito, a quantidade de médiuns que fazem parte da família Barracão, seja no momento inicial de formar a corrente, de mãos dadas, onde o circulo não fechava e o Sr Guiné nos disse que não seria um problema já que estávamos ligados pelos pés num condutor incomparável de energia que era aquele chão sagrado de terra, folhas e grama, ou num segundo momento, mais descontraído, em que o Baiano Severino brincou com os filhos “reclamando” que a fila do amací parecia não acabar nunca. Alias um momento sensacional, em que nos dirigimos para o lago ainda com o sol brilhando e retornamos para o recinto inicial já sob as luzes de tochas e lampiões. Parecia mágica, era magia.
 
Os trabalhos contaram com as giras de Oxóssi, senhores dessas matas, Boiadeiros, bons conhecedores de terras assim, Caboclos de Xangô, nossos paizões acostumados com as montanhas e águas, os Baianos, também ligados ao chão de terra dos sertões, e finalizado com a gira de Exus sob o luar e a escuridão da mata, ambiente no mínimo conveniente a esta manifestação de nossos compadres guardiões.
 
Agradeço a Deus, aos Orixás, aos Guias, aos pais da casa, aos médiuns e, sobretudo a curimba, às crianças da curimba.
 
Fique com as belíssimas imagens capturadas pelas lentes de nossa mãe Silmara, que registrou o início desta maravilhosa, e mais uma vez impecável empreitada.

Fotos: Silmara Falasco


 

Livro Exu e Pombagira Livro Exu e Pombagira